quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Aerosmith em Porto Alegre - 11/10/2016

Até logo, Gaúchos!

Chegamos ao Estádio Beira-Rio por volta das nove horas da manhã, acompanhados de dois grandes amigos. Estava nublado, havia chovido de madrugada, mas nada que esfriasse a minha ansiedade e emoção por saber que veria o Aerosmith novamente, uma das maiores bandas que já pisara sobre a Terra. Algumas pessoas esperavam do lado de fora dos portões, e todas elas com o mesmo pensamento: Queremos o Aerosmith.
Seria uma maratona até o horário de abertura dos portões, programado para às 18:00 horas, então tínhamos de ter um “certo” preparo físico e emocional. Não demorou muito para o Sol aparecer rachando as nossas cabeças, fazendo muito calor e com que os mais preparados armassem barracas improvisadas para se proteger. Muitos comentários e perguntas surgiam nas filas: “Essa é a maior banda que existe!”, “Quais músicas serão tocadas? Será que hoje rola algo diferente?”, todos os presentes no pátio do Estádio Beira Rio aguardavam um dos maiores momentos de suas respectivas vidas. 

Após uma longa tarde de espera, muito por causa do Sol que pairava sobre nossas cabeças, os portões se abriram no horário marcado. Imediatamente, nós quatro (Sim, chegou a esposa de um amigo) corremos até o guichê da Pista Vip, passamos o bilhete e “voamos” até a grade. Pronto, estávamos dentro, pensei, agora é esperar pelos Bad Boys of Boston. “Cozinhamos” cerca de 2 horas e meia, até que a DJ Karine Larre iniciasse com uma mistura de sua música eletrônica e clássicos do Rock. Acredito que ela tenha agradado aos rockeiros que inundavam o Anfiteatro, ou pelo menos arrebatou alguns corações ao finalizar a sua apresentação com o Hino Rio-Grandense. Nota: No canto do palco, Steven Tyler observava o show de abertura. Poucos notaram isso. Finalizada a apresentação da DJ, era hora de acertar os últimos detalhes e esperar pela banda.

Pontualmente às 22 horas, as luzes se apagam e os alto-falantes tocam Muddy Waters. Era isso, os caras iriam entrar com tudo em seguida, veríamos um mito ao vivo. Olhava para todos os lados para ver onde que estes caras surgiriam, quando de repente, Joe “Fuckin” Perry e Steven Tyler surgem ao meu lado, na passarela. Vestidos em trajes extravagantes, assim como os outros membros, iniciam os acordes de Back In The Saddle do álbum Rocks de 1976. O público presente vai ao delírio ao ver aqueles senhores de mais de 60 anos agitando ao som do velho rock and roll. Steven Tyler rapidamente saúda Porto Alegre com um “Olá Gaúchos!” quando a banda joga Love In An Elevator como se fosse uma bomba. Um clássico, a banda se mostrou em perfeita sintonia. Que música, senhores! Steven Tyler é um frontman de verdade, interage muito com o público. Em seguida recebemos Cryin e Crazy, levando a maioria dos presentes para uma nostalgia sem fim, todos cantaram em coro, tornando-se parte daquela banda. A primeira surpresa da noite veio com a execução de Kings and Queens, do álbum Draw The Line de 1977. A música soou perfeitamente, a banda foi muito bem, mas o público em geral meio que “estranhou”, visto que estão acostumados com baladas e hits. Queens é uma grande música, eu adorei demais. Todos os membros da banda estavam muito simpáticos, em destaque para o baixista Tom Hamilton que sorria muito, estava muito à vontade.


A banda emplacou Livin’ On The Edge, mais conhecida do público em geral, depois Rats In The Cellar também do Rocks, depois Dude (Looks Like a Lady) e Same Old Song and Dance. A segunda surpresa da noite foi Monkey On My Back do álbum Pump de 1989, inédita nesta turnê até então. Gostei da execução desta música, foi uma grata surpresa. A terceira surpresa da noite e a mais especial, foi com a introdução de Steven Tyler, dizendo que estávamos no mês de outubro, mês do combate ao câncer de mama e que a próxima música ajudaria a encontrar a cura para a doença. A execução de Pink foi muito emocionante, era uma das músicas mais esperadas pelo público. Vale ressaltar que no telão colocado no fundo do palco havia a imagem de um laço cor-de-rosa, além dos membros da banda estares usando a cor rosa. Após tocarem Rag Doll, foi a vez de Joe Perry assumir os vocais em Stop Messin’ Around, e muito bem, por sinal. No telão ao fundo rolava um clipe do guitarrista em frente ao Laçador, fazendo sua homenagem aos gaúchos. Após o show particular de Perry, Steven Tyler chega na ponta da passarela e pergunta ao público “Quem ali estava apaixonado?”, nesse ponto já sabia que viria a linda I Don’t Want To Miss A Thing, conhecida pelo filme Armageddon. A execução desta música foi para mim um dos mais aguardados da noite, eis que prometi gravá-la como forma de dedicar meu amor por uma pessoa: Estefany Bernal. Antes do BIS, a banda ainda tratou de tocar Come Together dos Beatles, Walk This Way e Train’ Kept A-Rollin, deixando público em êxtase total, e quase sem pernas.



A banda saiu do palco para uma pequena pausa, um breve descanso antes do fechamento. Quando a banda retornou ao palco, Steven Tyler sentou-se ao piano para brincar com as canções Mia e You See Me Crying, antes de tocar a belíssima Dream On. Um dos pontos altos da noite, sem dúvida. Ainda vimos Steven subir no piano para cantá-la a plenos pulmões com a galera. Um clássico, Dream On! Ali mesmo iniciaram-se os acordes de Sweet Emotion, outro clássico muito esperado. A última música, que seria a despedida da banda, deixou o público muito emocionado e querendo muito mais. Durante toda essa música, assim como todo o show, a banda mostrou-se muito receptiva, à vontade e afinada, entregando-se ao público que lotou o Anfiteatro Beira Rio.



Após a chuva de papel picado e as explosões dos canhões, a banda se despediu de Porto Alegre pela segunda vez em sua história. Rumores dão conta que esta é a turnê de despedida. Agora, o Aerosmith parte para outros shows na América do Sul. Sou grato pela vida me permitir vê-los duas vezes, primeiro em 2010 e agora em 2016. Jamais esquecerei.

Steven, Joe, Tom, Brad e Joey, obrigado pelo Aerosmith, pelas músicas, por tudo. O seu legado sempre será lembrado.

Mathews Leal - @LealMathews

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