domingo, 1 de maio de 2022

Porto Alegre e os grandes eventos: um debate necessário

 No último dia 26 de abril de 2022 assisti ao terceiro show do KISS em Porto Alegre e este foi espetáculo que resolvi que seria o último. O primeiro show que assisti foi o da banda Jethro Tull em 1988. De lá prá cá vi bandas como Deep Purple, Black Sabbath, Iron Maiden, Motorhead, Judas Priest, Whitesnake, Metallica, Living Colours entre outras. Além de músicos como Eric Clapton, Robert Plant, Jack White, Roger Waters, David Gilmour, Lenny Kravitz e Carlos Santana e algumas destas atrações eu vi mais de uma vez e sempre em Porto Alegre.

Os locais de shows foram dos mais diversos: ora os estádios da cidade como o Beira-Rio, Olímpico, Arena e o estádio do Zequinha à sede da Fiergs ou mesmo o hipódromo do Cristal. Para quem se decide por ir a um show desta envergadura a aventura começa na aquisição do ingresso passando pelo dia do espetáculo e suas características até o pós-show.

Os valores dos ingressos são sempre elevados mas a surpresa fica no fato que muitas vezes os promotores do evento colocam apenas um local físico para venda dos bilhetes, o que termina na formação de filas enormes. Algo incompreensível considerando-se a virtualidade presente em nossos cotidianos. Depois de adquirido o desejado ingresso o fã passa a viver a expectativa de assistir seu ídolo, sua banda predileta em uma noite que tem tudo para ser perfeita. Mas, nem sempre.

Quando o público chega no local do evento, seja qual for, um detalhe chama a atenção: os valores cobrados em itens como bebidas, comidas, copos e camisetas. Sabe-se que os copos e as camisetas ficarão como uma lembrança e tanto mas cobrar 20 reais por um copo que deve ter custado muito pouco para ser produzido? As camisetas...nem é bom falar.  Acredito que os produtores deveriam repensar estes preços.

Lemmy também palhetou seu baixo em Porto Alegre

A banda passou por Porto Alegre dia 26/04/2022

Exemplos de copos de shows

Algumas camisetas de shows realizados em Porto Alegre

Depois de duas horas inesquecíveis, o público enfrenta o movimento de saída do show. Se o show terminar próximo da meia-noite a pessoa tem que saber que NÃO HÁ transporte público neste horário, sejam ônibus ou lotações (pra quem é de fora de Porto Alegre são micro-ônibus que circulam pela cidade), Imagine-se saindo da Arena e morando na Zona Norte da cidade e dependendo do transporte público para chegar em casa. Imaginou? Pois é, passei por isso, após o recente show do Kiss aqui na cidade. Posso resumir que muito provavelmente não há transporte pela falta de segurança aos profissionais envolvidos no transporte público. Enquanto isso, o que se pensa é no aumento da tarifa. Impressionante. 

Para finalizar, Porto Alegre ainda traz grandes shows APESAR das condições (ou falta de) que a cidade oferece. Oferece, mesmo? O público insiste em comprar os ingressos, apesar dos preços proibitivos. Este mesmo público consome os produtos referentes ao show APESAR dos preços elevados. Deste modo, ou os promotores e o poder público repensam suas práticas nas áreas que lhes são atinentes ou Porto Alegre sairá da rota dos grandes shows.

Abraços.

Ulisses Santos.


Meu primeiro show internacional


Minha estrada com shows encerra aqui