terça-feira, 28 de julho de 2015

RAUL SEIXAS EM PORTO ALEGRE

A vida da gente é feita de momentos. Alguns inesquecíveis, outros nem tanto. Sempre busquei viver os momentos intensamente e guarda-los na memória para depois contá-los, passa-los adiante. Talvez, por isso, eu tenha feito o curso de História. E acho que fiz a escolha certa.

Em uma determinada tarde quente de sábado - era sábado porque foi na casa de um primo meu (Lembra, Mauro?), que eu só ia aos sábados por morar longe e ter o tempo, na semana, ocupado com colégio e esporte - descobri que algo havia mudado:assistimos ao show do KISS no Maracanãzinho.

Ali, ao ver aqueles malucos mascarados, notei que algo havia mudado. E para sempre.

Daquele encontro com o KISS até o primeiro show de rock passaram-se 7 anos. O show do  Jethro Tull foi o meu primeiro show de rock e, a partir dali, eu prometi que sempre que viesse um show, de uma banda preferida, eu iria.

A partir daquele momento passaram na minha frente Kiss, Eric Clapton, Black Sabbath, Deep Purple, Whitesnake, Roger Waters, Megadeth, Metallica, Judas Priest, Living Colours, Santana, Sepultura e outros tantos.

Mas, faltava algo....algo importante, algo que marcasse muito.

E veio o anúncio: Virão a Porto Alegre Marcelo Nova - acompanhado da banda Envergadura Moral - e o Rei do rock brasileiro Raul Seixas.

E, claro, eu não poderia deixar de ir.
E fui.

Todos sabíamos que Raulzito passava por uma crítica situação de saúde. Mas, o que valia era ve-lo cantar suas músicas.

O show ocorreu num Gigantinho, muito cheio. Fui de arquibancada, mas alguém liberou o acesso da pista e lá fui eu. Lembro que fiquei muito próximo do palco, mas distante o suficiente para ve-lo por completo.

O show começou com o Marcelo Nova e  a Envergadura Moral cantando muito e fazendo a galera levantar.
No fim do seu show, Marcelo anunciou a entrada dele...Raul Seixas.
Realmente vimos um Raul debilitado que subiu ao palco, cantou "Carpinteiro do Universo", "Muita estrela e Pouca constelação", "Metamorfose ambulante" entre outras músicas.
Saí do show consciente que aquele tinha sido meu primeiro e último show de raulzito e, apesar da sua condição, me senti realizado. Torci para que ele ficasse bem, que se recuperasse.
Tanto é que, não sou daqueles que criticam o show pela condição do Raul.
Ora gente, foi um momento histórico para quem esteve presente.

Um mês depois, eu acho, estava no meu trabalho - era fim de tarde - e um colega abriu a porta do meu setor e perguntou "Pô, viram quem morreu?", "Quem?", "O Raul morreu." Foi assim que fiquei sabendo...dai lembrei daquele show mais uma vez.

Sempre que tu for a um show,nos bares da cidade, e alguém lá atrás pedir 'TOCA RAUL", curta! Pois valerá a pena.

Na época a rádio Ipanema FM transmitia os shows ao vivo e lembro de ter deixado uma ou duas fitas K-7 para a minha irmã por pra gravar o show. Ao chegar em casa, lá estava a gravação do show. Hoje, tenho o registro em cd. Apesar da qualidade precária, ainda ouço aquele show e lembro de cada detalhe.

TOCA RAUL!!!
Marcelo Nova e Raul Seixas em ação.

Espero que tenham curtido o texto, tanto quanto eu curti relembrar e escrever.
Se quiserem sugerir temas pros textos...fiquem à vontade.
Deixem nos comentários ali embaixo.

Ulisses - twitter @prof_colorado


P.S.: Este texto foi um pedido de uma ex-aluna minha. Valeu pela lembrança Leli Amaral. Tá aí o texto que tu pediu.